Amados irmãos e irmãs, é com um coração contrito que anunciamos o falecimento do apresentador Silvio Santos, um ícone da televisão brasileira, aos 93 anos, em São Paulo, neste último sábado.
Silvio Santos, que começou sua caminhada como camelô e locutor de rádio, tornou-se uma referência incontestável no entretenimento, especialmente à frente do Programa Silvio Santos, que ele conduziu com maestria desde 1963.
Ele, que também foi dono de um grande conglomerado de empresas, incluindo Jequiti, Tele Sena e Baú da Felicidade, além das emissoras TVS e SBT, enfrentou com coragem uma broncopneumonia após uma infecção por influenza A (H1N1).
Internado no Hospital Albert Einstein desde o início de julho, Silvio lutou bravamente, mas o Senhor o chamou para o descanso eterno às 4h50 deste sábado.
Silvio Santos deixa sua amada esposa Íris Abravanel, com quem compartilhou uma vida de bênçãos desde 1978, seis filhas – Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata, do seu casamento com Íris, e Cíntia e Silvia, do seu primeiro matrimônio com Cidinha, que já descansa no Senhor desde 1977.
Além disso, ele deixa um legado de 14 netos e 4 bisnetos, frutos da sua vida abençoada.
Atendendo ao desejo de Silvio, não teve velório. Foi realizada uma cerimônia judaica íntima, restrita à família e amigos próximos, conforme a fé e os costumes do nosso irmão.
Que o Senhor conforte os corações dos familiares e de todos nós que admirávamos e respeitávamos este homem de valor. Que a paz do Senhor esteja com todos.
Início da Carreira como Locutor e Camelô
Vamos relembrar a história inspiradora de Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos, um homem que começou sua jornada como camelô e locutor e se tornou um dos maiores ícones da televisão brasileira.
Nascido no dia 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, Silvio era o filho mais velho de Alberto e Rebeca Abravanel, imigrantes de origem judaica. Com quatro irmãos mais novos, Silvio sempre teve um espírito empreendedor.
Ainda jovem, Silvio estudou contabilidade e, nas horas vagas, ganhava a vida como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, vendendo canetas e outros itens, como capas plásticas para títulos de eleitor durante as eleições de 1946. Além disso, ele usava seu talento vocal para realizar pequenos trabalhos em uma rádio local.
Aos 18 anos, em 1948, Silvio serviu no Exército, na Escola de Paraquedistas. Aos domingos, ele conciliava seu tempo trabalhando no rádio, e após deixar o serviço militar, continuou a fazer locuções, inclusive promovendo produtos com uma caixa de som na barca que ligava o Rio de Janeiro a Niterói.
Em 1954, já morando em São Paulo, Silvio assinou seu primeiro contrato fixo como locutor na Rádio Nacional. Foi nessa época que Manuel de Nóbrega, um empresário e radialista renomado, o convidou para ser animador de seu programa.
Silvio Santos e sua Carreira na TV
A carreira televisiva de Silvio Santos começou a brilhar em 1959, quando ele estreou na TV Paulista com o programa “Audições”. Mais tarde, ele comandou diversos outros programas, como “Hit Parade”, “Quando Maestros Se Encontram” e “O Grande Espetáculo”.
Seu primeiro programa autoral foi “Vamos Brincar de Forca”, que tinha o objetivo de impulsionar as vendas do carnê do Baú da Felicidade, empresa que ele assumiu em 1958.
O grande marco na televisão veio em 1963, com o lançamento do “Programa Silvio Santos”, que se tornaria o maior sucesso de sua carreira. Em 1965, o programa começou a ser transmitido pela TV Globo, alcançando primeiramente o público de São Paulo e, depois, de todo o Brasil.
Simultaneamente, Silvio Santos também apresentava outros programas, como “Festa dos Sinos”, “Sua Majestade: o Ibope”, “Cidade contra Cidade” e “Silvio Santos Diferente”, na TV Tupi.
Essa trajetória de vida mostra como a determinação e a fé podem transformar uma pessoa comum em um verdadeiro ícone, tocando a vida de milhões de brasileiros com sua presença carismática e inovadora.
Que possamos nos inspirar na história de Silvio Santos e buscar, em nossas próprias vidas, seguir o caminho que Deus nos mostra, com fé, coragem e perseverança.
SBT e as TVs
Silvio Santos, deu um passo decisivo em 1975, quando adquiriu seu próprio canal de televisão, o Canal 11, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, fundou a TVS, marcando sua saída da Globo.
Com sua habilidade inigualável de se conectar com o público, Silvio obteve outras concessões e, em 1981, lançou o SBT, onde seu programa se tornou a principal atração. Quadros inesquecíveis como “Domingo no Parque”, “Qual é a Música”, “Show de Calouros” e “Porta da Esperança” marcaram época e tocaram muitos corações.
Seu carisma inconfundível, junto com os bordões icônicos — “Vem pra cá, vem pra cá” e “Quem quer dinheiro?” —, fez com que Silvio cativasse a audiência, chegando a comandar o programa por mais de dez horas seguidas.
Além de seu sucesso na televisão, Silvio também conquistou espaço na música, especialmente com marchinhas de carnaval como “Coração Corintiano” e “A Pipa do Vovô”, lançadas em álbuns entre as décadas de 1970 e 1990.
Em 2001, ele foi homenageado no Carnaval do Rio de Janeiro pela escola de samba Tradição, com o enredo “O Sorriso do Patrão”, uma celebração merecida àquele que sempre levou alegria aos lares brasileiros.
Vídeo: Programa Topa Tudo Por Dinheiro
Candidatura a Presidência
Em 1989, Silvio Santos surpreendeu o Brasil ao anunciar, duas semanas antes do primeiro turno das eleições, que se candidataria à presidência da República pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB), que mais tarde foi extinto.
A decisão causou alvoroço entre os partidos adversários, que rapidamente contestaram sua candidatura. Em 9 de novembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu barrar a candidatura de Silvio.
A entrada de Silvio Santos na corrida presidencial trouxe uma grande agitação ao cenário político daquele ano. Com seu rosto amplamente conhecido e querido pelos brasileiros, Silvio se destacou nas pesquisas eleitorais, chegando a alcançar impressionantes 30% das intenções de voto, segundo informações do TSE.
Apesar da repercussão, Silvio Santos optou por não fazer comentários públicos sobre sua tentativa frustrada de alcançar a presidência.
O Sequestro
Um evento marcante que aconteceu em agosto de 2001. Patrícia Abravanel, filha do renomado Silvio Santos, foi vítima de um sequestro que durou sete dias. Imaginem a angústia e a aflição que essa família enfrentou nesse período.
Graças a Deus, Patrícia foi libertada, e dois dos sequestradores foram presos logo em seguida. No entanto, um dos envolvidos, Fernando Dutra Pinto, junto com sua namorada conhecida como Jenifer, conseguiu fugir com o dinheiro do resgate.
A polícia de São Paulo iniciou uma intensa busca por Fernando, que chegou a ser localizado em um hotel em Alphaville. Infelizmente, ele conseguiu escapar, não sem antes tirar a vida de dois agentes da lei.
Pouco tempo depois, em um ato desesperado, Fernando invadiu a casa de Silvio Santos e fez o apresentador refém por longas sete horas. A tensão só chegou ao fim quando o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi pessoalmente ao local e negociou com o criminoso, que finalmente se entregou.
Esse acontecimento nos faz refletir sobre a importância da fé e da oração em tempos de crise, lembrando que mesmo nas situações mais difíceis, Deus está presente e trabalhando em nosso favor.
Religião de Silvio Santos
Silvio Santos, nosso querido apresentador, que partiu para a eternidade aos 93 anos neste último sábado, dia 17, foi criado em uma família de imigrantes judeus e permaneceu fiel à religião de seus pais. O judaísmo foi uma parte central da vida de Silvio, e por isso ele escolheu não abrir espaço na sua emissora para programas religiosos de outras crenças.
Apesar de ter acompanhado sua esposa e algumas de suas filhas em cultos evangélicos, Silvio Santos nunca se afastou do judaísmo. Ele frequentava a sinagoga com regularidade e sempre falava abertamente sobre sua fé, mantendo-se firme nos ensinamentos e tradições que aprendeu desde a infância.
Um homem que, mesmo em meio ao sucesso e ao reconhecimento, não se desviou daquilo que acreditava, mostrando que sua fé era uma âncora em sua vida. Que o Senhor conforte a todos os que sentem sua partida e nos inspire a seguir firmes naquilo que acreditamos.
O enterro
De acordo com o pedido do próprio comunicador, conforme informado pela Família Abravanel, não teve velório, para que se sigam os preceitos de sua fé. O enterro aconteceu no domingo, dia 18. Segundo a tradição judaica, o ideal é que o corpo seja sepultado dentro de 24 horas após o falecimento.
O funeral seguiu os ritos da religião, sem enfeites ou flores, destacando a mensagem de que, diante da morte, todos os seres humanos são iguais. Segundo a Congregação Israelita Paulista, essa simplicidade no sepultamento reflete a humildade e a igualdade na morada final.
Outra prática importante na tradição judaica é a lavagem do corpo antes do enterro. Esse ritual simboliza a purificação e serve como uma última homenagem ao falecido, preparando-o para o descanso eterno.
Vídeo: A cerimônia
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