Contentamento: A Verdadeira Saúde (Estudo Bíblico)

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Por:Alexandre O. Franco

Introdução

Contentamento: Amados irmãos, estamos vivendo em tempos difíceis, onde a busca desenfreada por riquezas e prazeres tem dominado o coração do homem. As pessoas se preocupam apenas com a saúde do corpo, mas se esquecem da saúde da alma, que é muito mais importante!

A Palavra de Deus nos diz em 1 Timóteo 6:6-8: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Pois nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.”

Contentamento Bíblia
Ilustração de uma pessoa sem contentamento com tantas tarefas.

O Segredo Esquecido do Contentamento

O contentamento, meus irmãos, não é uma opção, é uma ordem do Senhor! O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina que aprendeu o segredo de viver contente em toda e qualquer situação.

Mas o que temos visto hoje? Um mar de gente insatisfeita, buscando felicidade em coisas passageiras, como bens materiais, status e reconhecimento. Esquecem-se de que a verdadeira felicidade está em Deus!

Como cristãos, somos chamados a viver em contentamento, pois a Bíblia nos ensina que essa é a vontade de Deus para nós.

Contentamento x Descontentamento

A tabela abaixo compara o impacto do contentamento e do descontentamento em nossas vidas:

ContentamentoDescontentamento
LiberdadeEscravidão
Paz interiorAnsiedade, Inveja
GratidãoIngratidão
Relacionamentos saudáveisRelacionamentos prejudicados
Testemunho autênticoTestemunho comprometido

O descontentamento nos leva a um ciclo vicioso de desejos nunca realizados, enquanto o contentamento nos liberta para vivermos com propósito e alegria.

Encontrando Contentamento em um Mundo Materialista

Em Filipenses 4:12, o apóstolo Paulo afirma: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação”. O segredo do contentamento não está em negar nossos sentimentos de tristeza ou frustração, mas em não permitir que eles nos controlem.

O verdadeiro contentamento é resultado da confiança em Deus e da certeza de que Ele está no controle de todas as coisas.

É importante lembrar que o dinheiro não pode comprar a verdadeira felicidade. Embora possa suprir necessidades básicas, ele não pode preencher o vazio em nossos corações. A busca desenfreada por riquezas pode nos levar à ruína espiritual.

Como nos adverte 1 Timóteo 6:9-10: “Mas os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos insensatos e nocivos, que levam as pessoas a se afundar na ruína e na perdição.

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e atormentaram a si mesmos com muitas dores.”

Contentamento e Descontentamento
Ilustração de uma pessoa sem contentamento.

Impactos da Falta de Contentamento:

  • Sufoca a liberdade: A busca incessante por mais, característica da falta de contentamento, age como uma armadilha que impede a verdadeira liberdade.
  • Envenena relacionamentos: Quando a inveja e a insatisfação dominam, os relacionamentos são prejudicados. A dificuldade em se alegrar com o que o outro possui e a constante comparação geram um ambiente tenso e negativo.
  • Gera ingratidão: A falta de contentamento impede a apreciação pelas bênçãos presentes, levando a um ciclo de insatisfação e ingratidão.
  • Impede a paz, alegria e o testemunho: O descontentamento rouba a paz interior, a alegria genuína e a capacidade de testemunhar a fé de forma autêntica.
  • Prejudica o relacionamento com Deus: Quando o coração está inquieto e insatisfeito, a adoração a Deus se torna superficial. Deus busca um relacionamento baseado na confiança e no contentamento com Suas provisões.
  • Distorce a visão de si mesmo: A comparação com os outros e a busca por ideais inatingíveis levam à insatisfação com a própria identidade.
  • Cria um relacionamento negativo com o dinheiro: A busca por satisfação através de riquezas é uma armadilha. O dinheiro pode suprir necessidades básicas, mas jamais satisfará as necessidades profundas do ser humano.
  • Conduz à ruína e perdição: O desejo desenfreado por riquezas leva à tentação, a armadilhas e a desejos nocivos, culminando em ruína e perdição espiritual.

O Contentamento e Nossos Relacionamentos

O contentamento é essencial para termos relacionamentos saudáveis:

Com Deus: Quando estamos contentes com o que Deus nos deu, nosso relacionamento com Ele se fortalece.3 A gratidão se torna a base da nossa adoração.3

Conosco mesmos: O contentamento nos liberta da comparação e da necessidade de provar algo aos outros.7 Aprendemos a nos aceitar como somos em Cristo.7

Com o próximo: A inveja e a cobiça são venenos para os relacionamentos. Quando estamos contentes, conseguimos nos alegrar com a felicidade do próximo e construir laços genuínos.

Vídeo: O Segredo do Contentamento Cristão

10 Versículos-Chave Sobre Contentamento

1) 1 Timóteo 6.6–10

Queridos, entendam que a verdadeira riqueza é a piedade acompanhada de contentamento. Nós não trouxemos nada para este mundo e, certamente, nada levaremos. Portanto, se temos o que comer e com que nos vestir, devemos estar satisfeitos.

Aqueles que desejam ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos insensatos e nocivos, que afundam os homens na ruína e na perdição. Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitas dores.

O apóstolo Paulo adverte sobre o problema dos falsos mestres, especialmente sobre sua natureza facciosa e gananciosa. Isso nos leva a refletir sobre a perspectiva correta que devemos ter em relação às posses materiais.

Uma das características principais dos falsos mestres é a contenda (1.4; 2Tm 2.14, 23; Tt 3.9). É possível que alguns desses falsos mestres estivessem buscando a posição de presbíteros movidos pela cobiça (v. 10; Tt 1.11).

A verdadeira riqueza que a piedade traz não é financeira, pois essa riqueza é temporária e não pode ser levada conosco quando partirmos deste mundo (v. 7). Como Timóteo deve ensinar aos ricos deste mundo, ser “rico em boas obras” significa acumular um “fundamento sólido” para a eternidade (vv. 17-19).

Os cristãos podem ser felizes porque suas necessidades são supridas por Cristo (2Co 12.9, 10; Fp 4.11, 13). Paulo talvez esteja se referindo à submissão de Jó diante da dura providência de Deus, quando perdeu sua riqueza e família.

O desejo por riqueza, assim como a busca por proeminência (3.6, 7) e a resistência obstinada à verdade (2Tm 2.25-26), são armadilhas que escondem perigos mortais por trás de suas aparências atraentes.

2) Hebreus 13.5

“Seja a vossa vida sem avareza. Sede contentes com o que possuís, pois Ele prometeu: ‘De maneira alguma te abandonarei, nunca te desampararei.”

Meus amados, aqueles que estão descontentes e tentados pelo amor ao dinheiro são pessoas que buscam sua segurança nos recursos materiais. Mas a Palavra de Deus é clara! Em Mateus 6.19-21 e 24-34, somos advertidos a não acumular tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, mas sim a buscar primeiro o Reino de Deus.

A promessa de Deus a Josué nos enche de confiança e fé: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Josué 1.5). E qual deve ser a nossa resposta, irmãos? Com confiança e certeza, devemos reafirmar que o Senhor é o nosso ajudador (Hebreus 2.18; 4.16). Ele nos liberta de todos os tipos de temor (Hebreus 2.15; 11.23, 27).

Então, confiem no Senhor! Ele nunca nos abandona e está sempre ao nosso lado, suprindo todas as nossas necessidades e nos dando a verdadeira segurança e paz.

3) 2 Coríntios 12.9-10

Então ele me disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” Por isso, de boa vontade, me gloriarei ainda mais em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse sobre mim.

Portanto, sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte.

Deus, em Sua infinita sabedoria e soberania, cumpre Seus propósitos sem remover o espinho que parece atrapalhar Seu servo. Mesmo em meio à fraqueza humana, a graça divina realiza Seus propósitos em um mundo caído.

Esta promessa do Senhor concedeu a Paulo força e coragem diante dos sofrimentos que enfrentou. Paulo conecta esse princípio à sua fonte — a cruz de Cristo (2 Coríntios 13.4).

Toda a defesa de Paulo contra os ataques à sua autoridade apostólica está firmemente enraizada em Cristo crucificado, e não no falso “Jesus” ou no “evangelho” diferente que seus oponentes tentavam impor aos coríntios (2 Coríntios 11.4).

A visão espiritual de Paulo é tão clara que ele consegue ver seus sofrimentos como motivo de alegria, pois sabe que todo o poder de Cristo está operando através deles.

4) Habacuque 3.17-19

Mesmo quando a figueira não florescer, nem houver uvas na videira; quando a oliveira não der fruto, e os campos não produzirem alimentos; quando as ovelhas forem tiradas do curral, e não houver gado nos estábulos, ainda assim, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.

O Senhor Deus é a minha força, Ele torna os meus pés como os da corça e me faz andar em lugares altos. Ao mestre de canto, para instrumentos de cordas.

Mesmo em meio à escassez e à dificuldade, a confiança inabalável de Habacuque no Senhor não vacilará.

Em um contexto onde a economia depende da agricultura e do pastoreio, a sociedade pode experimentar fome e pobreza, mas a esperança e a confiança de Habacuque transformam seu medo do futuro em um desejo constante de se regozijar no Deus da sua salvação (Rm 8.35-39).

O Senhor Deus é a minha fortaleza. A total dependência do soberano Senhor da aliança é o segredo da vida de Habacuque. A impressionante figura de “meus pés como os da corça… andar em lugares altos” descreve a força e a confiança que o Senhor concede aos justos (Is 40.29-31).

5) Filipenses 4.11-12

“Eu digo isso não porque estou passando por necessidades, mas porque aprendi a estar satisfeito em todas as circunstâncias da vida. Eu já passei por momentos de humilhação e de honra; conheço tanto a fartura como a fome, tanto a abundância como a escassez em todas as circunstâncias da vida.”

Meus amados, Paulo nos ensina uma lição poderosa sobre o contentamento em todas as situações da vida. Ele menciona isso não porque estava em necessidade, mas porque aprendeu a viver contente, independentemente das circunstâncias.

Paulo sabia como era estar em necessidade e como era ter abundância. Ele tinha experimentado de tudo, desde momentos de fartura até tempos de fome, e mesmo assim permaneceu firme.

Paulo destaca a generosidade dos filipenses, que cooperaram com ele no evangelho e o apoiaram financeiramente. Ele reconhece essa dádiva com gratidão, mostrando que, embora ele tivesse necessidades, seu contentamento não dependia das circunstâncias externas, mas da força que Cristo lhe dava.

Diferente do estoicismo da época, que pregava um contentamento baseado na autossuficiência e na indiferença, o contentamento de Paulo era fundamentado em sua dependência total de Cristo. Ele sabia que podia enfrentar qualquer situação porque Cristo o fortalecia.

Amados, aprendamos com Paulo a confiar no poder de Cristo e a seguir Seu exemplo. Assim, poderemos enfrentar qualquer circunstância com um coração contente, sabendo que é Cristo quem nos sustenta.

Ele quer que nós, assim como Paulo, vivamos confiantes e firmes em todas as situações da vida, testemunhando a suficiência e a fidelidade do nosso Senhor. Aleluia!

6) Salmo 37.3-4

Confia no Senhor e age corretamente; permanece na terra e vive conforme a verdade.

Se alegre no Senhor, e Ele atenderá os desejos do seu coração.

A prosperidade dos perversos nos chama a viver pela fé e não pelo que vemos.

Meus amados, prestem atenção! O Senhor nos convida a confiar plenamente Nele e a fazer o bem, habitando na terra com um coração dedicado à verdade. Quando nos deleitamos no Senhor, Ele promete conceder os desejos mais profundos do nosso coração.

Não se deixem enganar pela aparente prosperidade dos ímpios; isso nos desafia a andar pela fé, não pelo que enxergamos com os olhos naturais. Aleluia!

7) Neemias 8.10

“Então ele lhes disse: Ide, desfrutai de carnes suculentas, saboreai bebidas doces e compartilhai porções com aqueles que não têm nada preparado; pois este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza.”

Aqueles que têm abundância devem compartilhar com os que não têm (veja Salmos 22:26). Este episódio ilustra como devemos entender o pecado conforme 1 Coríntios 11:17-34.

O povo se alegra na salvação e na bênção que o Senhor lhes concedeu.

Manter o reconhecimento jubiloso de nossa dependência d’Ele é uma fonte constante de força para a comunidade, especialmente quando o Senhor abençoa nossa lealdade a Ele.

8) Colossenses 1.24

Agora, me alegro nos meus sofrimentos por vocês; e completo na minha carne o que resta das aflições de Cristo, em benefício do seu corpo, que é a igreja.

Paulo havia lembrado aos colossenses sobre a abrangência cósmica do senhorio de Cristo (1.15-20) e como a obra redentora de Cristo transformou suas vidas (1.21, 23).

Agora, ele se concentra em seu próprio papel no plano redentor de Deus e no relacionamento que ele deseja estabelecer com os colossenses, muitos dos quais ele não conhecia pessoalmente, a fim de resgatá-los da chamada “filosofia” que estava presente entre eles (2.8).

No contexto dessa passagem, que enfatiza a total suficiência de Cristo, assim como em outras passagens de Paulo (por exemplo, Rm 3.21-26; 2Co 5.17-21), fica claro que ele não está sugerindo que a obra expiatória de Cristo na cruz seja de alguma forma incompleta.

Pelo contrário, como a Igreja é chamada a sofrer por e com Cristo (2Co 4.7-12; 1Ts 3.2-4), há um requisito divinamente designado de sofrimento que os cristãos devem suportar, especialmente quando, como Paulo, eles levam as boas-novas da obra reconciliadora de Cristo aos outros.

Paulo compreendeu durante sua jornada para Damasco que o Cristo ressurreto assume os sofrimentos de seu povo como se fossem os seus próprios (Atos 9:4-5).

Ele também pode estar se referindo aos sofrimentos que acompanharão o fim dos tempos (Mt 24.21, 22), um período iniciado pela morte e ressurreição de Cristo (Rm 13.11-14; 1Co 7.29).

Se for esse o caso, o sentido seria que o fim não chegará até que o número total desses sofrimentos preordenados seja cumprido. As palavras de Paulo no versículo 24 também esclarecem a referência ao seu sofrimento pela Igreja (Ef 3.13; 2Tm 2.10).

Como servo do evangelho, Paulo se regozija na oportunidade de participar dos sofrimentos do povo de Deus. Essa passagem não significa que a Igreja é uma encarnação contínua de Cristo, cujos membros, através de seu sofrimento, acrescentam méritos salvadores além do que Cristo já realizou.

9) Mateus 5.6

  1. São felizes aqueles que anseiam por justiça, pois serão plenamente satisfeitos.

Aqueles que anseiam pela justiça de Deus serão plenamente satisfeitos. Não são os que confiam em sua própria justiça que serão recompensados, mas sim aqueles que buscam a justiça divina (Lc 18.9-14; Rm 9.30-10.4; Fp 3.7-9).

10) João 4.13-15

Jesus disse: “Quem beber desta água terá sede novamente, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” A mulher então disse: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para buscá-la.”

Jesus nos ensina aqui a diferença entre a satisfação temporária e a eterna. Ele nos mostra que todos os prazeres terrenos, por mais legítimos que sejam, são passageiros.

Neste versículo, vemos claramente a origem divina da bênção: “fonte a jorrar” indica sua grande abundância; “vida eterna” revela sua duração infinita.

Finalizando

Em um mundo que nos incentiva a buscar sempre mais, o contentamento pode parecer uma utopia. No entanto, a Bíblia nos apresenta o contentamento como um mandamento e uma bênção.

Quando aprendemos a nos contentar com o que temos, experimentamos a verdadeira paz e alegria que só Deus pode dar. Que possamos buscar o contentamento em todas as áreas de nossas vidas e sermos exemplos vivos da suficiência da graça de Deus.

Dúvidas Frequentes